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As desvantagens da obesidade para sua vida financeira

Suzanclin
maio 03,2021

Segundo a OMS, em 2014, 1,9 bilhão de pessoas apresentava excesso de peso, e dessas, 600 milhões eram consideradas obesas. Além disso, estima-se que em 2030, 38% da população global será sobrepeso e 20% será obesa. Sabemos também que a obesidade hoje representa um dos principais desafios para a saúde pública global, devido principalmente ao pacote de comorbidades que ela traz junto a ela, porém, dessa vez iremos olhar a obesidade com outro olhar, com o olhar econômico.

Para saber a influência econômica que a obesidade traz, deve-se olhar com o panorama do indivíduo e da sociedade, portanto a diferença econômica causada diretamente na pessoa e também a repercussão que uma média alta de obesidade pode trazer para um país ou no planeta.

Nessas 2 situações, a obesidade vai afetar a economia de 2 formas:

  • Custo direto do tratamento da obesidade (tanto o indivíduo tem um gasto sobressalente para tratá-la, quanto o governo oferecendo a assistência necessária para a população obesa)
  • Custo indireto do tratamento da obesidade (o indivíduo, no geral, perde produtividade, o que influencia tanto sua vida quanto a economia da sua cidade, estado e país)

Vamos agora explicar as duas situações acima, no primeiro caso (gastos diretos) é fácil compreender o ônus financeiro pois o indivíduo tem uma despesa para tratar a obesidade. Muitas vezes essa pessoa vai aderir a programas de emagrecimento, ir ao médico com mais frequência, algumas vezes ter que comprar remédios, entre outros. Caso essa pessoa não estivesse nessa situação, não gastaria ou gastaria menos com esses fatores.

Já no caso dos gastos indiretos, olharemos com 4 perspectivas diferentes para entender:

  • Presenteísmo (custo da produtividade reduzida, a pessoa não trabalha em plena capacidade ao comparar a mesma pessoa em uma situação sem a obesidade);
  • Absenteísmo (custo dos dias de trabalho perdidos para o tratamento da obesidade, tanto pela ótica de uma empresa quando o da pessoa que trabalha nela, dias de trabalho perdido impactam a empresa financeiramente e o seu colaborador com o acúmulo de tarefas e custos de deslocamento para esse tratamento da obesidade);
  • Deficiência (custo referente ao tempo fora do mercado devido à obesidade, seja por questões físicas, mentais ou por incapacidade de preencher alguma demanda de mercado);
  • Mortalidade (A obesidade, em geral, leva os indivíduos a ter uma morte prematura em relação a pessoas sem a mesma, esse com certeza é o maior custo que a obesidade pode trazer).

Os gastos que a obesidade traz, aumentam em função do aumento do IMC de um indivíduo, assim como a probabilidade de desenvolver diversas comorbidades, desde problemas articulares e dores até doenças mais sérias como a diabetes, hipertensão e câncer.

Estudos comprovam que pessoas obesas tem aproximadamente 30% a mais de custos com a saúde se comparadas a pessoas com o peso adequado. Estudos dinamarqueses mostram também que, a partir do IMC 30, cada 1 kg/m² acrescido traz uma diminuição média de 2% na renda e aumento de 4% nos gastos com saúde de uma pessoa obesa.

Conclui-se, portanto, que a obesidade, além de trazer complicações para a saúde, ao longo tempo se torna muito impactante também na vida financeira das pessoas. Se estiver passando por um caso de obesidade e esteja com dificuldade de sair dele, procure ajuda. Sua vida com certeza vai melhorar muito depois disso.

Fonte: Livro “Cirurgia Bariátrica e Metabólica – Abordagem Multiprofissional”, Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM).