{"id":3373,"date":"2021-11-22T15:06:00","date_gmt":"2021-11-22T18:06:00","guid":{"rendered":"https:\/\/suzanclin.com.br\/?p=3373"},"modified":"2022-11-25T10:29:03","modified_gmt":"2022-11-25T13:29:03","slug":"a-bariatrica-pode-ajudar-quem-tem-refluxo","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/suzanclin.com.br\/a-bariatrica-pode-ajudar-quem-tem-refluxo\/","title":{"rendered":"A Bari\u00e1trica pode ajudar quem tem refluxo?"},"content":{"rendered":"\n

Uma queixa muito comum de pacientes obesos \u00e9 a doen\u00e7a do refluxo gastroesof\u00e1gico (DRGE), devido a isso, hoje o assunto do nosso Blog ser\u00e1 o refluxo e como a cirurgia bari\u00e1trica ajuda a tratar essa doen\u00e7a.<\/p>\n\n\n\n

Definir o refluxo \u00e9 f\u00e1cil, na teoria ele \u00e9 o retorno involunt\u00e1rio e repetitivo do conte\u00fado do est\u00f4mago para o es\u00f4fago. Entre o es\u00f4fago e o est\u00f4mago, existe uma v\u00e1lvula que se abre para dar passagem aos alimentos e se fecha imediatamente para impedir que o suco g\u00e1strico penetre no es\u00f4fago, pois a mucosa que o reveste n\u00e3o est\u00e1 preparada para receber uma subst\u00e2ncia t\u00e3o irritante. Devido a altera\u00e7\u00f5es no esf\u00edncter, esse conte\u00fado do est\u00f4mago pode voltar ao es\u00f4fago do paciente, caracterizando o refluxo. A acidez irrita a parede do es\u00f4fago e causa a doen\u00e7a. Os principais sintomas s\u00e3o azia, regurgita\u00e7\u00e3o, perturba\u00e7\u00e3o do sono, dor no peito, comprometimento vocal e complica\u00e7\u00f5es respirat\u00f3rias.<\/p>\n\n\n\n

Caso voc\u00ea possua algum desses sintomas, a doen\u00e7a pode ser diagnosticada pela realiza\u00e7\u00e3o de endoscopia digestiva alta e tamb\u00e9m pHmetria. Por meio desses exames \u00e9 poss\u00edvel ter um diagn\u00f3stico definitivo.<\/p>\n\n\n\n

Por\u00e9m a partir do momento que a DRGE foi diagnosticada, quais as maneiras de trat\u00e1-la? O tratamento pode ser cl\u00ednico ou cir\u00fargico. O tratamento cl\u00ednico se baseia na administra\u00e7\u00e3o de medicamentos que diminuem a produ\u00e7\u00e3o de \u00e1cido pelo est\u00f4mago e melhoram a motilidade do es\u00f4fago. Al\u00e9m disso, o paciente recebe orienta\u00e7\u00e3o para perder peso, evitar alimentos e bebidas que agravam o quadro, fracionar a dieta, n\u00e3o se deitar logo ap\u00f3s as refei\u00e7\u00f5es e praticar exerc\u00edcios f\u00edsicos. J\u00e1 a cirurgia pode ser realizada de maneira convencional ou por laparoscopia e est\u00e1 indicada nos casos de h\u00e9rnia de hiato, para os pacientes que n\u00e3o respondem bem ao tratamento clinico ou quando \u00e9 necess\u00e1rio confeccionar uma v\u00e1lvula antirrefluxo.<\/p>\n\n\n\n

Outro fator importante de ser ressaltado \u00e9 o de que pacientes obesos possuem maior incid\u00eancia de refluxo, e algumas vezes, o tratamento cir\u00fargico da obesidade, tamb\u00e9m afeta o refluxo dos pacientes. Em alguns procedimentos (como na cirurgia de bypass g\u00e1strico em Y-de-Roux), a perda de peso tamb\u00e9m \u00e9 acompanhada pela resolu\u00e7\u00e3o dos sintomas do refluxo (DRGE). No entanto, outras cirurgias bari\u00e1tricas populares, como a Gastrectomia Vertical, t\u00eam um impacto controverso sobre seu efeito no refluxo.<\/p>\n\n\n\n

Hoje j\u00e1 existem evid\u00eancias de que h\u00e1 uma clara redu\u00e7\u00e3o nos sintomas de refluxo ou resolu\u00e7\u00e3o da DRGE na maioria dos pacientes p\u00f3s-cirurgia de Bypass G\u00e1strico. Estudos de pacientes com DRGE pr\u00e9-operat\u00f3ria demonstraram que 96% dos seus pacientes apresentaram melhora ou resolu\u00e7\u00e3o dos sintomas ap\u00f3s o Bypass G\u00e1strico (BGYR). Acredita-se que essa altera\u00e7\u00e3o venha do desvio da bile do est\u00f4mago, promovendo perda de peso, diminuindo a produ\u00e7\u00e3o de \u00e1cido na bolsa g\u00e1strica, diminuindo a popula\u00e7\u00e3o de c\u00e9lulas parietais, acelerando o esvaziamento g\u00e1strico e diminuindo a press\u00e3o abdominal sobre o Esf\u00edncter Esof\u00e1gico Inferior. Sendo assim, o Bypass g\u00e1strico poderia tanto tratar a obesidade quando o refluxo desse paciente.<\/p>\n\n\n\n

J\u00e1 no caso do Sleeve g\u00e1strico (Gastrectomia vertical), foi notado um aumento da incid\u00eancia de doen\u00e7a do refluxo. Por mais que dentro do cen\u00e1rio dos procedimentos bari\u00e1tricos o sleeve venha sendo cada vez mais comum, para tratar a DRGE ele n\u00e3o se mostra efetivo, pelo contr\u00e1rio. Ao analisar os resultados p\u00f3s operat\u00f3rios, notou-se que de 8,6% a 47% dos pacientes apresentaram sintomas do refluxo ap\u00f3s a cirurgia.<\/p>\n\n\n\n

De acordo com uma revis\u00e3o retrospectiva do Bariatric Outcomes Longitudinal Database, pacientes obesos m\u00f3rbidos com Doen\u00e7a do Refluxo apresentaram antes da cirurgia resolu\u00e7\u00e3o dos sintomas em 16% nos pacientes que realizaram a Gastrectomia Vertical enquanto os que fizeram Bypass tiveram melhora bem mais significativa, chegando a 63%.<\/p>\n\n\n\n

Portanto, chegamos \u00e0 conclus\u00e3o que, a depender da t\u00e9cnica utilizada, o paciente poder\u00e1 ou n\u00e3o ter melhora do seu quadro de DRGE. Ent\u00e3o, caso o paciente apenas seja afetado por refluxo (n\u00e3o acompanhado de obesidade), ele dever\u00e1 tratar essa comorbidade, j\u00e1 nos casos em que o paciente \u00e9 obeso m\u00f3rbido e j\u00e1 est\u00e1 trilhando o caminho para realizar a bari\u00e1trica, torna-se importante conversar com seu m\u00e9dico e relatar o refluxo, uma vez que a depender da t\u00e9cnica utilizada, \u00e9 poss\u00edvel que seu refluxo tenha remiss\u00e3o completa.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Uma queixa muito comum de pacientes obesos \u00e9 a doen\u00e7a do refluxo gastroesof\u00e1gico (DRGE), devido a isso, hoje o assunto do nosso Blog ser\u00e1 o refluxo e como a cirurgia bari\u00e1trica ajuda a tratar essa doen\u00e7a. Definir o refluxo \u00e9 f\u00e1cil, na teoria ele \u00e9 o retorno involunt\u00e1rio e repetitivo do conte\u00fado do est\u00f4mago para […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":3374,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1,21],"tags":[22,24,99],"acf":[],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/suzanclin.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/3373"}],"collection":[{"href":"https:\/\/suzanclin.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/suzanclin.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/suzanclin.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/suzanclin.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=3373"}],"version-history":[{"count":1,"href":"https:\/\/suzanclin.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/3373\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":3619,"href":"https:\/\/suzanclin.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/3373\/revisions\/3619"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/suzanclin.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media\/3374"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/suzanclin.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=3373"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/suzanclin.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=3373"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/suzanclin.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=3373"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}