A importância da suplementação pós-bariátrica

Postado por Suzanclin em 26/jul/2021 - Sem Comentários

Se você já fez a cirurgia bariátrica ou está pensando em fazer, com certeza já ouviu falar da suplementação pós-bariátrica, correto? Como a cirurgia bariátrica é uma cirurgia que modifica o aparelho digestivo do paciente, seja pela diminuição do estômago do paciente (Sleeve) ou até pela promoção de um desvio intestinal (Bypass), as alterações causadas no aparelho digestivo do paciente trazem como efeito colateral alterações na absorção e produção de alguns nutrientes e vitaminas. Exatamente por isso é tão necessário se manter suplementando após a cirurgia.

Claro que, além das vitaminas, o paciente vai necessitar de uma dieta feita exclusivamente para ele, considerando os períodos de dieta líquida, pastosa e etc. Porém, hoje vamos falar exclusivamente das vitaminas ingeridas isoladamente por meio de suplementos.

Quais vitaminas o paciente costuma repor e por que ele continuar durante toda a vida?

É comum pacientes necessitarem da reposição dos seguintes nutrientes e vitaminas:

  • Proteína
  • Ferro
  • Vitamina B12
  • Tiamina (Vitamina B1)
  • Vitamina D e cálcio
  • Zinco
  • Cobre
  • Selênio

Os nutrientes dependem também do método cirúrgico utilizado, por exemplo:

  • Sleeve – reduz absorção de ferro e vitamina B12
  • Bypass – reduz absorção de ferro, vitamina B12, Cálcio e Vitamina D
  • Duodenal Switch (Pouco realizada na Suzanclin) – Proteína, vitaminas lipossolúveis e zinco
Sobre as deficiências de macro e micronutrientes
  • Proteína – É a mais frequente das deficiências de macronutrientes. Essa deficiência está relacionada com procedimentos cirúrgicos disabortivos (3 a 6 meses após a cirurgia). O tratamento é pautado na dieta oral e também na suplementação proteica;
  • Ferro – É a deficiência mais prevalente, podendo ocorrer em 40% a 70% dos pacientes. Após um tempo da cirurgia (5 anos) essa deficiência ainda se agrava devido ao baixo estoque corporal pela perda sanguínea e pela baixa ingestão do mesmo. A principal consequência do ferro baixo é a anemia;
  • Vitamina B12 – Essa vitamina influencia a divisão celular, produção de material genético e de hemácias, funcionamento neural, etc. Sua deficiência acarreta em anemia megalobástica, afetando também no nível cerebral e mitocondrial. Sua deficiência nas cirurgias chega a 62%;
  • Tiamina (Vitamina B1) – A vitamina B1 é absorvida através do duodeno proximal, portanto dependendo do método cirúrgico, sua absorção é bem impactada. As principais causas de sua má absorção são a alteração anatômica, redução da produção de ácido no estômago, restrição do aporte dietético e vômitos. Sua deficiência pode causar sintomas de beribéri seco (neurológico) ou úmido (cardíaco). Importante ressaltar que essa deficiência pode causar quadros graves, como por exemplo a encefalopatia de Wernicke;
  • Vitamina D e Cálcio – Essa deficiência pode chegar a 73% dos pacientes pós cirúrgicos, e sua deficiência está associada com osteoporose, hiperparatireoidismo e distúrbios do cálcio. A vitamina D é responsável por regular o metabolismo do cálcio;
  • Zinco – A deficiência de zinco pode ocorrer em 50% dos pacientes que realizam o procedimento “duodenal switch”, em casos de deficiência precoce o paciente poderá desenvolver acne, hipogeusia ou ageusia, deficiência do sistema imune, infertilidade, entre outros. Já em casos graves poderá desencadear hipogonadismo, alopecia, lesões de pele, diarreia, anorexia, cegueira noturna, demora nas cicatrizações da pele;
  • Cobre – O cobre é uma coenzima essencial para hematopoiese e funções do sistema nervoso central. Sugere-se acompanhamento dos níveis de cobre quando houver anemia, neutropenia, mieloneuropatia ou problemas de cicatrização de feridas, em média 10% dos pacientes apresentam essa deficiência (normalmente assintomáticos);
  • Selênio – Pode ocorrer deficiência desse mineral em 14% a 22% dos pacientes, e em forma grava essa deficiência pode causar sinais de insuficiência cardíaca.

 

Na imagem ao lado podemos ver simplificadamente o desvio intestinal da cirurgia (Bypass) e os pontos que ficam com alguma deficiência de absorção de vitaminas.
Fonte:  Livro “Cirurgia Bariátrica e Metabólica”, SBCBM 

 

 

Importante ressaltar que por mais que a ausência dessas vitaminas possam trazer prejuízo ao paciente, o paciente fará todo um acompanhamento pós cirúrgico, portanto qualquer ausência será corrigida imediatamente! E tem uma frase que o Dr. Jaime fala bastante:  “O que é melhor? Passar a vida toda tomando suplementos vitamínicos ou tomando remédios para tratar comorbidades e a própria obesidade?”

Nós somos especialistas em Cirurgia Bariátrica. Confira como é o passo a passo da cirurgia por aqui na Suzanclin e agende sua avaliação conosco.